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Fazer o vestibular nos primeiros anos do Ensino Médio ajuda na preparação do aluno
- 28/03/2017
- Category: Conteúdo Exclusivo
Com a publicação dos editais de vestibulares, os orientadores educacionais começam a encaminhar os alunos da 3ª série do Ensino Médio para as inscrições, mas aqueles que ainda estão nas 1ª e 2ª séries também merecem uma dose de atenção. Isso porque várias instituições oferecem a categoria Treineiro, voltada aos estudantes que ainda não vão entrar na universidade, mas querem passar pela experiência do exame. No último vestibular da Fuvest, por exemplo, foram 12.750 candidatos nessa modalidade. “O papel do orientador é mostrar a esses alunos as vantagens de participar das provas”, diz Alexandre Antonello, coordenador pedagógico do Sistema CPV.
O primeiro ganho do aluno é passar por toda a burocracia da inscrição, que introduz as responsabilidades da vida adulta. Nesse momento, o estudante se dá conta que precisa ter seu próprio RG, CPF, e-mail e saber o CEP de casa. Percebe que a inscrição em si já é estressante, e que todas as questões precisam de leitura e resposta correta, já que basta um número errado no CEP para ele ter que fazer a prova em um bairro distante ou ainda em outra cidade.
Ainda na parte burocrática, o boleto pode tirar o aluno do prumo: imprime, manda por e-mail para os pais ou paga na hora? Pode parecer um detalhe, mas no Enem 2016, cerca de 650 mil candidatos fizeram a inscrição, mas não pagaram o boleto, ficando de fora do exame. “Todos os anos o Inep recebe pedidos para aceitar o pagamento depois do prazo, mas recusa”, avisa Antonello. É o choque de realidade de quão rígido pode ser o mundo.
O segundo benefício é o emocional. Muitos alunos acreditam que ouvir a experiência de colegas mais velhos valem pela participação. “A história dos outros é como uma aula teórica e a ida ao teste, como um exercício prático”, compara Antonello. Toda a tensão de ver seu nome na lista, descobrir onde fará a prova, chegar no horário, levar o documento e os materiais corretos, encontrar uma multidão de concorrentes completamente desconhecidos, passar horas na prova, entregar o gabarito vai ser enfrentada sem a pressão da aprovação. Essa preparação deixa o aluno muito mais tranquilo para o momento em que for fazer o vestibular para valer.
Finalizando, há as vantagens pedagógicas. Se o aluno for Treineiro na instituição que pretende cursar, já começa a ter um conhecimento maior do estilo da prova: o tipo de questões, o tempo para trabalhar em cima delas, o clima na hora da resolução. Pode aparecer o medo de minar a auto-estima do aluno, já que ele ainda não teve todo o conteúdo do exame. Cabe ao orientador mapear a prova com o aluno, ver das questões quantas ele teve condições reais de responder e dessas, quantas ele acertou. “Com isso em mãos, o estudante terá um ótimo diagnóstico do que melhorar na preparação dos próximos anos”, avalia Antonello. Para a escola, é melhor ter uma visão realista e organizar o aprendizado ao longo de todo o Ensino Médio do que trabalhar a preparação apenas no último ano.
Por fim, o momento também pede uma aproximação da escola com a família. Todos os ganhos com a experiência são maximizados quando os pais estão apoiando, mesmo que o estudante ainda não tenha a carreira definida. É o momento de incentivá-los a levar os filhos e acompanhar os resultados. “Esse processo é muito difícil para todos os alunos, e quando eles sentem o suporte da escola e da família, eles respondem com muito mais segurança”, diz Antonello.