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Três bases para um novo modelo de formação
- 06/04/2015
- Category: Notícias
Os próprios professores devem ter maior peso na capacitação de seus pares, colocando o conhecimento profissional no centro da formação e construindo um espaço que junte a realidade das escolas da rede com o conhecimento acadêmico
Nas últimas duas décadas, verificou-se uma importante mudança nas políticas e práticas de formação de professores. Professor reflexivo, pesquisador, desenvolvimento profissional docente e outros termos deram corpo a uma série de ideias e de propostas inovadoras (Tardif, Borges & Malo, 2012). Hoje é com algum desconforto que olhamos para as mudanças que aconteceram e surge a necessidade de lançar as bases para um novo modelo de formação.
David Labaree (2003) afirma que a retórica progressista é dominante nessa área, mas que as práticas que deveriam acompanhá-la são difíceis de encontrar. Segundo ele, há várias razões para esse fato: os professores e os programas de formação têm um estatuto desvalorizado, o ensino é uma profissão de enorme exigência, mas que parece fácil aos olhos de toda a gente, os professores e os pedagogos são vistos, ao mesmo tempo, como defensores do sistema escolar vigente – ineficaz, desigual e burocrático – e como sonhadores por causas e utopias irrealizáveis.
Uma reflexão de Kenneth Zeichner (2012) explica que tem havido duas visões distintas. Por um lado, há movimentos de crítica às instituições e aos programas de formação que põem em causa a necessidade de um investimento forte na profissão e na formação. Esses movimentos defendem que é mais simples e eficiente preparar professores numa perspectiva técnica, sobretudo por meio de uma aprendizagem profissional, em escolas, ao lado de pares mais experientes. Por outro lado, há tendências que afirmam a necessidade de o professorado ser visto como uma profissão baseada no conhecimento e que, por isso, requer um período longo de preparação, com acesso a uma carreira e a dinâmicas de desenvolvimento profissional. Alguns autores recusam as tentativas de desvalorização da docência e consideram que os programas de formação centrados nas escolas só adquirem um potencial transformador se estiverem enquadrados na lógica universitária e de reforço da profissionalização docente.
Sempre defendi a valorização do professorado como profissão complexa, que exige formação intelectual e universitária (Nóvoa, 2002, 2011). Considero os modelos atuais ultrapassados por lhes faltar coerência e ligação ao trabalho pedagógico. Assim, defenderei três bases para um novo modelo de formação.
http://gestaoescolar.abril.com.br/formacao/tres-bases-novo-modelo-formacao-762864.shtml
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